E se você fosse o GM?

Pra intrigar os General Managers de plantão, acredito que nada melhor do que a grande polêmica do momento: O que fazer com Larry Hughes?

Bom, a história do Hughes acho que já tá mais que batida, afinal todo mundo que defende ele usa como referência o período em Washington, e todo mundo que quer falar mal e não sabe o nome da mãe do coitado se refere ao período em Cleveland, mas não custa recapitular brevemente.

Após ser eleito Freshman of the year, pela universidade de Saint Louis, o ala-armador foi escolha de primeiro round do Philadelphia 76ers em 1998, time pelo qual passou batido, a não ser por uma das atuações mais ridículas da história do Slam Dunk Constest.

Hughes teve então uma passagem já não tão discreta pelo Golden State Warriors, onde fez uma interessante dupla com Jason Richardson, tendo um grande salto de produção chegando a anotar médias de 22,7 pontos por partida na temporada de 1999-00, fato que não se repetiu nos dois anos seguintes.

Em 2003, Hughes atravessou novamente o país, indo para Washington, onde chegou para ser não mais do que um esquenta banco, talvez um sexto homem ou no máximo um “completa time” mas,  surpreendentemente, tornou uma das estrelas do time, colaborando para a forte campanha de 2004-05, quando o time chegou até a segunda rodada dos playoffs (inclusive eliminando os Bulls por 4-2 na primeira fase).

Somando: Linda campanha na temporada 2004-05 + Bela campanha nos playoffs + 22 pontos por partida na temporada + Liderança em roubadas por jogo (2.89) + Eleição para o primeiro time defensivo da liga…

Digamos, para aqueles que não acompanharam, que ele não foi um Kobe Bryant, mas um Brandon Roy bom na defesa ele foi…

Bom, sendo assim, ele chegou a off season como sendo o Free Agent mais cobiçado, algo próximo a Juliana Paes passando perto de uma obra no horário de descanso da rapaziada (Tô me achando engraçado hoje!).

Bom, o Cleveland foi o pedreiro mais feliz e levou Hughes pra casa, a um salgado preço de U$$70 milhões por 5 anos de contrato.

Bom, Hughes até que deu samba no começo, mas logo se machucou e perdeu metade da temporada, e a partir daí sua carreira em Cleveland fora alternada entre contusões e atuações apagadas sob o individualismo de Lebron James, com quem tentou traçar uma disputa individualista não declarada. E creio que não seja necessário dizer quem levou a melhor.

Enquanto isso na cidade dos ventos, Ben Wallace, não só tinha um dos salários mais injustos (para o time, claro), e pra piorar  vinha gerando intrigas no elenco e levando a franquia a uma das mais ridículas campanhas de 2007-08.

Sendo assim, Paxson, ainda sendo alvo de críticas, mandou embora Wallace, num pacote que trouxe a Chicago o decadente estrela de Larry Hughes, mais alguns jogadores expirantes e Drew Gooden pra “TENTAR” substituir Ben Wallace (e hoje não só joga muito mais que o Big Ben, sendo sempre escalado como o único jogador de garrafão do time ao lado de um bode, de uma placa de não estacione ou de Joakim Noah, como ganha apenas metade do que o outro ganha).

Hughes não chegou para ser (e não se tornou, e nem se tornará) a estrela do time, mas pelo que foi trocado eu acredito que saímos no lucro, e caso ele permaneça no elenco, ainda teremos só dele, um expirante de 14 milhões na off season das estrelas de 2010.

Aliás, na época, muita gente gritou a frase mais tradicional “Esse Paxson é um buuuuuuurro!”.

• Mas e hoje? Você considera errada a troca que trouxe Larry Hughes e Drew Gooden e mandou embora Ben Wallace? O que você teria feito no lugar de Paxson? Faria o mesmo?

Bom… Chegando aos dias atuais. Hughes estreou atrasado na temporada por causa de sua lesão no ombro, e logo que chegou foi utilizado de forma improvisada na posição 3 enquanto Luol Deng esquentou banco por alguns dias também lesionado. Com a volta de Deng, Hughes foi então encarregado do papel de sexto homem.

Claro, quem já teve jantar de rei não se contenta com comida requentada… e então Larry Hughes fez o que  já foi noticiado aqui no BullsBrasil: meteu a boca na corneta.

Claro, uma atitude ridícula de fato. Não dá pra admitir que um jogador que não é a sombra de Michael Jordan ou Scottie Pippen, queira cantar de galo no nosso terreiro.

Mas vamos ser do contra e analisar pelo ponto de vista dele.

Hughes tem jogado em média 26 minutos por jogo e fazendo uma média de 12,9 pontos por partida. Projetando sua pontuação para 35 minutos de jogo, a média de um titular com uma boa rotação, ele teria em média uns 18 pontos. Tá ok, não é tudo isso. Mas considerando que o mesmo vem com absurdas médias de acerto de 44% de FGs, 44% de 3ptFGs e 88% de FT, essa pontuação é sim bastante significativa. Somado ao fato de  estar compensando seu jogo com boas atuações defensivas, em um perímetro que passa a maior parte do jogo marcando muito mal ou sequer marcando.

Paralelo a isso, pro total azar dele e do agente financeiro, Ben Gordon vem tendo a melhor temporada de sua carreira, caiu no gosto de Vinny Del Negro e não larga o posto de titular sem uma torção de joelho ou coisa pior. Justo o Gordon, o maior mercenário da história recente da franquia, que tava tão disposto a ir embora até descobrir que ninguém iria pagar o que ele pedia….

Eu também reclamaria, tenho que admitir. Não da forma como o fez, mas reclamaria.

Bom, pra finalizar, queria a opnião de vocês:

• O que fazer com Hughes? Mandar ele embora, mesmo sabendo que nada do que se traga em troca valerá a pena porque o valor dele no mercado é mínimo? Aguardar até o próximo ano quando ele entra no ultimo ano de contrato e será um expirante bastante desejado? Aguardar o fim do contrato na super off season e utilizados os 14 millhões em uma aquisição importante? Ou manter ele no elenco e mandar embora o Ben Gordon antes que acabe seu contrato e o time esteja novamente refém do seu ego de estrela?

Enfim, qual seria sua atitude se você fosse o GM?